8 de setembro de 2015

Puerpério

Aqui também é um espaço de desabafos, e preciso disso para organizar algumas questões dentro de mim.

Como está difícil enfrentar o puerpério sem bebê.

Parece que todos os sintomas são potencializados porque não tenho minha filha para cuidar. Tudo parece bizarro: sangramento, barriga inchada, irritabilidade, pausa na vida sexual, impossibilidade de fazer exercícios ou dirigir.

Na gestação do Henrique os 40 dias passaram voando. Nem percebi. Agora são uma eternidade. Além disso, vivo todo o vazio da perda, o que tem sido uma longa noite escura. Há um silêncio estranho em meu coração.

Sinto que as pessoas ficam em dúvida se devem se aproximar nesse momento tão delicado. Também estou confusa. Quero ficar sozinha e não quero. Quero trabalhar, mas não quero... Quero fazer as unhas e mudar o corte de cabelo, mas não quero... Quero seguir em frente, mas não quero...

Não desejo encontrar um monte de gente e ter que "fazer o social". Mostrar-me minimamente alegre quando não estou. Ao mesmo tempo, sinto-me triste por estar "isolada". Decidi esperar esses longos quarenta dias terminarem para decidir e fazer algumas coisas.

Espero que seja o tempo necessário. Espero, do fundo do coração, que tenha ânimo e energia para trazer momentos alegres à minha vida o mais breve possível.

Preciso olhar para o alto e manter a esperança aquecendo o meu peito. Mas também permitir que as lágrimas levem para longe a dor pela morte da Helena.

Gratidão aos espíritos de luz que têm me amparado nesse momento tão difícil.

Preciso muito dessa ajuda.




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