30 de setembro de 2015

Madrugada insone


Ontem a noite foi longa e perturbadora. Então, decidi finalizar essa mandala.

Tenho um caderno delas. Todas desenhadas por mim. Mas após a morte da Helena, incrivelmente se tornaram mais bonitas e delicadas.

Cada uma tem as suas lições e a sua história.

Vou citar alguns aprendizados que obtive desse lindo desenho, que eu nomeei como "Fora do Abismo":

- Sou uma mulher forte

- Sempre há uma saída iluminada para os desafios que enfrentamos

- Os desejos do ego aprisionam a nossa alma

- O medo não mais paralisará a confiança que deposito em mim, e nem o meu dever de ser feliz

- É lindo ver a transformação que Helena tem promovido em nossa família

- Ainda que eu tenha fé,
  Ainda que eu sinta o amor de Deus pulsando em mim...
  A tristeza é uma realidade com a qual me deparo a cada segundo.

Em princípio, sentia muita necessidade de escrever para a Helena através do blog. 

Agora, percebo que os posts servirão como um registro dos passos que seguirei a partir dessa perda.

Há intensa transformação operando em mim e nossa família. Há muito amor envolvido nisso. E muita entrega.

Já pensei em tirar o blog do ar, mas sinto que será bom, daqui há algum tempo, olhar para trás e dizer: "Nossa, que dor, que loucura, mas valeu à pena! Tudo isso me tornou uma pessoa mais conectada com o amor de Deus."

Carol

29 de setembro de 2015

Voa





Bom dia, passarinha!

"Volta, então, voa para casa.
Com as plumas abertas de tuas asas,
Abandona agora teu cárcere.
Troca teu poço estagnado
Pela torrente da Água da Vida.
Sai do átrio para o lugar de honra da alma.
Segue em frente, que também estamos indo
Do mundo do exílio para o mundo da união."

Rumi


Nós te amamos eternamente.

Beijos e aconchegos da sua mamãe, papai e irmão.

28 de setembro de 2015

7 x 7


"Vida-morte é um processo incessante de transformação.
 O ritual do fim da vida é importante. Para os que morrem, para os que vivem.
Fechamos um círculo. Para nós budistas esse círculo leva 49 dias após o óbito."

Hoje, completam-se 49 dias da morte da Helena. O final de um ciclo de sete semanas.

Segundo os budistas, o tempo necessário para que o espírito de quem morreu faça a sua passagem.

Acho mágico que ele tenha sido precedido de um belo eclipse lunar. Uma super-lua. 

É ainda incrivelmente mágico que muitos espiritualistas digam que nos dias 27-28 de setembro/2015 iniciamos a onda X. Uma nova onda energética de alta vibração que afetará 1/3 da população terrestre.

Não bastasse essa chuva de magias, hoje fomos abençoados com a visita de um filhote de bem-te-vi. Que não saiu de perto do nosso lar. E cujas asas, unidas, formavam um lindo coração branco.

O formato dos lábios da nossa passarinha... Da nossa bebê-estrelinha, nossa grande mestra na arte do Amor.

Carol




24 de setembro de 2015

Sombras


"Nosso mundo é polar, tudo no Universo tem seu oposto: luz e sombra, dia e noite, em cima e embaixo, duro e mole, masculino e feminino, terra e ar, positivo e negativo, doce e salgado, homem e mulher etc. Nosso mundo psíquico e espiritual também é formado por uma parte luminosa e uma parte escura que, mesmo que não a vejamos, não quer dizer que não exista. Esta é a tarefa de cada ser humano: atravessar a vida terrena em busca da própria sombra, para levá-la à luz e trilhar sua vereda de cura.

A sombra pessoal é desenvolvida a partir da infância. Naturalmente, nos identificamos com certos aspectos, como a generosidade e a bondade, e, ao mesmo tempo, desprezamos os opostos, que, neste caso, seriam o egoísmo e a maldade. Desta maneira, nossa luz e nossa sombra vão se construindo de forma simultânea.

Roberto Bly dizia que passamos os primeiros vinte anos de nossa vida enchendo uma mochila com todo tipo de vivências e experiências... E depois passamos o resto do tempo tentando esvaziá-la. Esse é um trabalho de reconhecimento da própria sombra. Se nos recusarmos a esvaziar a mochila, ela se tornará cada vez mais pesada, e cada tentativa de abri-la será mais perigosa. Dito de outro modo: não há alternativa no encontro com si mesmo. Ou questionaremos com sinceridade nossos aspectos mais ocultos, sofridos ou dolorosos, ou então estes aspectos procurarão se infiltrar nos momentos menos oportunos de nossa existência."- A Maternidade e o encontro com a própria sombra, Laura Gutman, páginas 23 e 24.

Quem acompanhou intimamente a minha gestação, e não foram muitos, sabe que todo o "gestar"  da passarinha foi uma jornada de alargamento da alma. 

Nós caminhávamos praticamente todas as manhãs, antes do meu trabalho. E eram nesses momentos que conversávamos, ouvíamos música clássica, o canto dos pássaros, e nos regozijávamos com as árvores e flores do caminho, especialmente com o aroma das manhãs úmidas... Eu a acariciava e sentia seus movimentos em meu ventre. Mantinha um ritmo suave na respiração e entrávamos em um estado quase meditativo.

Eram momentos de nobres lições. Sobre o meu corpo que continha outro corpo. Sobre a minha alma que continha outra alma. Sobre as nossas vidas fundidas. Sobre o amor entre mãe e filha.

A minha entrega foi visceral, por isso procurava leituras que falassem sobre a maternidade de uma maneira mais profunda. E o livro da Laura Gutman, cujo trecho citei logo acima, foi um grande companheiro para mim. 

A foto da minha sombra grávida simboliza um estado de extrema conexão com minha filha. Uma conexão que acolhia toda a sua alma. Um amor acima do amor.

Embora haja tristeza por não tê-la fisicamente em meus braços, não poder tocá-la ou sentir o seu cheiro, feliz estou por lhe ter acessado a alma. 

Minha passarinha voa livre pelos céus, mas sempre sentirei seu coração batendo forte dentro de mim...


23 de setembro de 2015

Quando soubemos de você

Olá, passarinha!

Estou aqui, na recepção de um Consultório Odontológico, vendo algumas fotos no celular para passar o tempo.

Relembrei os últimos momentos da sua gestação. Ainda não consigo fazer isso sem uma pontinha de dor, minha filha.

Mas veja a foto abaixo... Eu pensei em guardar o seu exame de farmácia como recordação de quando descobrimos que viria. Mas desisti. No entanto, tirei essa foto já no quartinho pronto para que em algum momento pudesse mostrá-la a você.

A chegada do seu irmão foi planejada.  Demorou um pouquinho para acontecer. E quando soube, escrevi "Parabéns papai!" na barriga. Achei que seria uma forma divertida de dar a notícia ao seu pai.

Foi tão engraçado e especial! A gente não sabia se ria ou chorava... Tantos planos.  E também muito amor.

Vou te contar um segredo.

Assim que fiz o teste e deu positivo, fui tomar banho. Acariciei o meu ventre com um sentimento de extrema gratidão e devoção pela vida que estava começando ali. Havia também um pouco de egoísmo. É que eu sabia que depois que eu desse a notícia, seu irmão seria de todos aqueles que também o amavam. Eu iria dividi-lo com o mundo.

Então, reservei alguns minutos para tê-lo apenas para mim. Só eu e ele sabíamos o que estava acontecendo.  Foi incrivelmente mágico...

Com você,  pequerrucha... Ah, com você foi diferente!

Você não foi planejada,  mas tão desejada quanto seu irmão.  Apenas um delize e você se fez presente entre nós!

Sempre fui sintonizada com meus ciclos menstruais e desconfiava que poderia estar grávida. Não falei para ninguém. Comprei o teste e lá fui eu...

Não acreditava nos dois risquinhos! Li e reli a bula... Uau! Não podia ser assim, tão certeiro.

Sabe o que fiz? Embora seu pai também estivesse em casa, enviei uma mensagem pelo Whatsapp: "Acho que estou grávida!".

Pequerrucha... Não tive coragem de dar a notícia olho-no-olho!!! E é  muito engraçado lembrar disso agora.

Quando me perguntou sobre a mensagem, dei a bula e o teste pra ele conferir. Foi então que disse, com um sorriso no rosto: "mais positivo impossível!"

E sim, passarinha, ficamos bobos de emoção e muito felizes! Tão felizes quanto ficamos do seu irmão.

Foi no dia 08/12/14 que descobrimos você. No Dia da Família. Resolvemos que faria a confirmação no laboratório e depois contaríamos ao seu irmão. Eu e seu pai concordamos que ele deveria ser o primeiro a saber.

Veja só, filhota: a mamãe já quis dividi-la com seu pai e irmão. Você veio como fruto de uma família já madura e muito unida. Por isso, primeiro seria de nós três. Apenas depois, no outro dia, é que a compartilharíamos.

Seu irmão ficou extremamente feliz. Radiante!

Você foi acolhida, querida e infinitamente amada. Assim foi até o final. A luz da sua existência nos contagiou com uma felicidade arrebatadora.

Final? Por quê a mamãe está falando de final? Desculpe, passarinha... Às vezes a mamãe esquece que o amor verdadeiro é eterno! E isso foi você quem nos ensinou.

Beijos, cócegas e cafunés da

Sua mamãe

21 de setembro de 2015

Chorar

Boa noite, passarinha!

A mamãe chorou bastante pelo útero nesse final de semana.

Apenas mais uma parte do processo de despedida e de aceitação pelo que ocorreu.
.
Nem sempre é simples enfrentar o dia a dia sem você. No entanto, busco lembrar que estamos sempre juntas.

Hoje passei um dia contente, e isso também é importante dizer. Fé e esperança preencheram o meu coração e tive o esclarecimento de que você é minha grande mestra. 

Eu que sonhei lhe ensinar tantas coisas, tenho recebido grandes aprendizados... Seu irmão também me dá grandes lições.  Sou uma pessoa melhor e mais feliz depois que me escolheram como  mãe.

Gratidão sempre!

Fica com uma florzinha do nosso jardim. Foi seu pai quem me deu.

Querida, receba todo meu amor aonde estiver. Todas as orações e vibrações de carinho são para lhe deixarem ainda mais iluminada e em paz.

Muitos beijos e cheirinhos,

Sua mamãe



17 de setembro de 2015

Madrinha


Boa noite, passarinha!

Ah, minha pequena... Como eu te amo. Te amo do tamanho do infinito, ida e volta. É a mesma intensidade com que amo o seu irmão.

Vocês são a minha melhor obra. A minha contribuição para o universo.  Almas iluminadas.
Só tenho gratidão por me aceitarem como mãe.

Pequerrucha, hoje o dia amanheceu lindo! Seu irmão teve excursão da escola e recebi a visita da Alexandra aqui em casa.

Ela nos trouxe um anjinho como recordação do seu momento conosco. Veja a foto, logo abaixo. Muito delicado!

Passamos uma tarde gostosa e conversamos muito. Ela tem um carinho especial por você e pediu para a tia Flora acolhê-la no céu.

Sei que está em ótimas companhias... Afinal sua vovó Yvani e titio Gabriel também estão aí. Sinto saudades de todos vocês. Eu os amo muito.

A Alexandra se considera sua madrinha do coração, querida. Isso porque engravidei logo após nosso retorno da Argentina. Acho que eu  estava com muitas saudades do papai!

Sinta-se honrada, filhota, pois ela tem uma alma bonita. Sempre recordará de você e fará os próprios rituais em sua memória, além das orações.

É... Você tem a sua madrinha e eu fico muito feliz por isso!

Filha,  espero que esteja recebendo minhas mensagens.  Tem muito amor e emoção em cada palavra.

Durma bem, querida! Sempre com você!

Beijos e carinhos da sua mamãe.

15 de setembro de 2015

Quando te escolhi

Boa tarde, passarinha!

De fato, tem dias que são mais difíceis... Mas eu e seu pai estamos apoiando e dando muita força um para o outro. Além de oportunidades de amadurecimento, logo esses momentos se tornarão lembranças. 

Virtualmente, eu conheci a mamãe do Igor. Ela se chama Flavia Camargo e publicará o livro "Quatro Letras" no ano que vem. Seus textos são muito bonitos, e também são destinados ao seu bebê-estrelinha, de modo que me identifico grandemente com seus pensamentos e palavras.

Sabe que sua gestação foi totalmente de aceitação e amor, Helena... 

No lugar das fantasias de "dever-ser", houve uma sublime conexão com a sua essência. O nosso objetivo era o de que pudesse atingir a própria plenitude no mundo e entre nós. 

Assim foi e assim é, passarinha, já que aceitamos a sua breve passagem física.

Feche os olhos, pequerrucha. Ouça a mamãe contar essa história que foi escrita pela Flavia e que serve perfeitamente para você:


Querido filho, na última noite, enquanto repousava a cabeça no travesseiro, comecei a ver um filme que passou a rodar na minha mente. Parecia ser uma revelação, pois me levou a viajar no tempo para testemunhar o instante em que você entrou no meu destino. Me vi caminhando por um jardim onde estavam distribuídas várias cestas no chão. Reparei que havia bebezinhos dentro de cada uma. Graciosos, risonhos, era difícil saber qual irradiava mais encanto. Bastou que eu escutasse uma voz para entender o cenário que me cercava. A voz começou a falar que um de meus óvulos estava prestes a ser fecundado e, portanto, em breve eu me tornaria mãe. Aqueles eram os candidatos que esperavam a oportunidade de nascer.
Chegando mais perto, notei que etiquetas estavam presas na lateral das alças. Cada criança tinha uma frase correspondente como se fosse a descrição de um produto que está à venda. Interessada no conteúdo daqueles papéis pendurados, li alguns de forma aleatória. Um dizia que aquela filha me daria muitos netos. Outro dizia que aquele filho me encheria de orgulho. Perguntei de que forma o menino faria eu me orgulhar e a voz respondeu que o bebê carregava um talento e se destacaria em sua profissão quando crescesse.
Teve também papéis dizendo que determinado filho retribuiria meu afeto, dividiria comigo seus segredos, me cobriria de cuidados na velhice, etc. Mas quando eu te encontrei, não tive mais dúvidas de qual filho eu deveria escolher. Na sua etiqueta dizia que você me faria desvendar o infinito.
— Pronto! Achei meu filho. É este que eu quero.
Encerrado o assunto, fui saindo, sem me preocupar com mais nada. Antes de me afastar por completo, porém, a voz me chamou:
— Não quer saber como ele vai fazer isso?
Não senti necessidade de receber explicação nenhuma. Era exatamente você que eu desejava. Qualquer detalhe era irrelevante. Mas é muito lógico que quem almeja alcançar um bem tão grande precisa fazer um esforço da mesma proporção. Quando te escolhi, dei asas a uma aspiração audaciosa. Não foi fácil aceitar que não viveríamos juntos todos aqueles anos que pretendia passar ao seu lado. Mas foi apenas através desse obstáculo que eu pude descobrir que o amor não precisa da matéria para continuar pulsando eternamente.
Reclamei da dor que me feria enquanto eu experimentava a resistência que o apego opõe contra a morte. Mas hoje entendo que se não tivesse me submetido a essa luta, nunca poderia ter comprovado que a força do amor é capaz de vencer todas as barreiras! Não possuo mais seu corpo comigo, mas tenho certeza de que sua ausência não me faz ser menos privilegiada, pois o amor que você fez nascer em mim permanece dando frutos todos os dias. Se alguma vez você tiver se acanhado por achar que sua partida frustraria meus planos, fique sabendo que nunca fez nada para me desapontar. Você me ensinou tantas coisas, que saber que você ficaria pouco tempo aqui não teria mudado minha decisão.
Algumas mães esperam que seus filhos sejam bonitos, inteligentes, saudáveis... Algumas, menos exigentes, esperam apenas que seus filhos fiquem vivos. Eu não tive essa chance, mas tive outra, que não deixou de atender minhas necessidades. Você não é o filho que vai me convidar para a sua formatura, nem para o seu casamento, mas é o único filho que eu gostaria de ter!
Tempos atrás li o texto de uma pessoa afirmando que, quando um ente querido morre, precisamos nos conformar com a tristeza, pois o sofrimento é o preço do amor. Não concordo com essa opinião. Penso que é justamente por te amar tanto que eu tenho conseguido ser feliz, para que através da minha felicidade você possa ver que nunca me decepcionou. O amor é divino e só pode ser a fonte de coisas extremamente boas!
Um forte abraço da sua mãe,

Flavia Camargo."

Passarinha, tenha certeza: não trocaríamos a sua cestinha por nenhuma outra!

Você nos faz melhores a cada dia.

Nós te amamos muito e infinitamente,

Beijos da sua mamãe, papai e irmão


14 de setembro de 2015

Hold on

Há momentos difíceis...
Instantes eternos em que me perco no "oco" do coração
E, quando os olhos marejam,
Tento segurar em qualquer coisa que me lembre estar VIVA
Como uma linda canção
Carol



Everybody Hurts

When your day is long... and the night
The night is yours alone
When you think you've had enough... of this life, well hang on

Don't let yourself go
Cause everybody cries
And everybody hurts... sometimes

Sometimes everything is wrong
Now it's time to sing along
When your day is night alone (hold on, hold on)
If you feel like letting go (hold on)
When you're sure you've had too much... of this life, well hang on

Cause everybody hurts... sometimes
Take comfort in your friends
Everybody hurts

Don't blow your hand. Oh, no
Don't blow your hand
If you feel like you're alone, no, no, no, you're not alone

If you're on your own... in this life
The days and nights are long
When you sure you've had too much... of this life, to hang on

Well, everybody hurts sometimes, everybody cries
Sometimes
And everybody hurts... sometimes

And everybody hurts sometimes. So, hold on, hold on
Hold on, hold on. Hold on, hold on. Hold on, hold on

(repeat & fade) (Everybody hurts. You are not alone.)

13 de setembro de 2015

... e no dia 13/08 você "nasceu"



Querida filha,

Nós tentamos que viesse de forma natural para os meus braços e para os braços do seu pai. Mas alguém, em algum lugar, escreveu que não deveria ser assim. E eu aceitei.

Não a peguei no colo, passarinha. Seu pai a embalou por mim. Justíssimo, já que tive o privilégio de tê-la comigo todos os segundos da sua vida. Da concepção à partida.

Durante o trabalho de parto, colocamos a trilha sonora escolhida para esse momento.

Mas havia uma canção muito especial. Uma canção que tocou a mim e ao seu pai e achamos ter o ritmo da sua alma.

Sim… Mesmo com contrações eu ouvi essa música. Ouvi seu pai chorando emocionado, assim como nossa querida obstetra e também nossa doula.

Todos sensibilizados pela energia transbordante de luz, amor e despedida.

Essa música, passarinha, é para você. Hoje e sempre.

Tem o seu cheiro. Tem o som do seu coração. Tem você em cada nota e palavra.


Nando Reis

“Minha cor
Minha flor
Minha cara

Quarta estrela
Letras, três seis
Uma estrada

Não sei se o mundo é bão
Mas ele ficou melhor
Quando você chegou
E perguntou:
Tem lugar pra mim?

Espatódea
Gineceu
Cor de pólen

Sol do dia
Nuvem branca
Sem sardas

Não sei quanto o mundo é bão
Mas ele está melhor
Desde que você chegou
E explicou
O mundo prá mim

Não sei se esse mundo está são
Mas pro mundo que eu vim já não era
Meu mundo não teria razão
Se não fosse a Zoé Helena

Espatódea
Gineceu
Cor de pólen

Sol do dia
Nuvem branca
Sem sardas

Não sei quanto o mundo é bão
Mas ele está melhor
Desde que você chegou
E explicou
O mundo pra mim

Não sei se esse mundo está são
Mas pro mundo que eu vim já não era
Meu mundo não teria razão
Se não fosse a Zoé Helena

*Livre adaptação feita pela mamãe e papai

Bebê-estrelinha, sua luz vive em nós.

Com carinho e muitos beijinhos,

Sua mamãe, papai e irmão

12 de setembro de 2015

No cemitério

Boa noite, passarinha!

Hoje foi a primeira vez que a visitamos no cemitério.

Uma pena não podermos enterrá-la pessoalmente... Uma pena eu não conseguir ter você por parto normal para conseguir pegá-la nos braços e ir ao seu enterro.

Mas quem sou eu para dizer o que é bom ou ruim, não é? Foi sobre isso que falamos na última vez.

Fato é que levamos rosas e oramos. Senti paz em meu coração, mas também saudades. Meu coração murchou um pouquinho.

No entanto, depois fomos ao Santuário de Schoenstatt porque seu irmão precisa fazer um trabalho sobre ele nessa semana.

O lugar, além de muito bonito, possui uma energia poderosa de amor maternal... Saí de lá com o coração cheio de consolo e com a alma em harmonia.

Aproveitei para comprar um terço, já que o meu ficou com você. E que bom que ficou, passarinha. Senti gratidão por lembrar de levá-lo ao Hospital e também entregá-lo juntamente com sua roupinha.

Eu rezei esse terço muitas vezes. A última foi quando fomos internadas. Pedi força e serenidade para enfrentar tudo e fui atendida em minhas orações.

Filhota, tenha certeza que somos uma família repleta de amor por você... Somos repletos de amor uns pelos outros...

Fique em paz!

Beijos, embalos e cafunés

Sua mamãe

Santuário de Schoenstatt - Atibaia

11 de setembro de 2015

Passarinha

Filha, você já entendeu por quê a chamo de “passarinha”?

Perceba que esse apelido carinhoso foi dado apenas depois que nos deixou…

Na decoração do seu quarto havia alguns passarinhos confeccionados pela tia Cecê. Eu também encomendei marcadores de livros da tia Tânia, muito delicados, como recordação pelo seu nascimento.

Embora difícil, decidimos entregar as lembrancinhas para os amigos e familiares que viessem nos visitar. Então, a tia Rê (Regina Nunes, do Maria Flor) ficou sensibilizada com a delicadeza delas e fez uma analogia à sua passagem tão rápida, como um pássaro que voa livre pelo céu.

Enquanto conversávamos, eu me lembrei do nosso último sonho sobre o parto.

Na gestação, sonhei com todas as fases do parto separadamente: contrações, saída do tampão mucoso, nascimento… Contudo, o último foi especial e completo:

Estava na casa onde passei toda a minha infância, em São Paulo. Fui para o meu quarto, no andar de cima, na época compartilhado também com meus irmãos. Havia uma cama branca enorme. Tudo era branco. Eu já sentia as contrações e me sentia segura e feliz.

A Bernardete estava comigo.

Senti você nascer, e quando a peguei em meus braços, era um pássaro. Um pássaro, filhota! Que logo se transformou em uma linda bebê.

Quando contei esse sonho para a Regina, ela exclamou: “é a nossa passarinha!”.

Sim, pequerrucha, a nossa passarinha… Amor e liberdade é a música da sua alma.

Depois disso, a Rê nos presenteou com essa linda história. Feche os olhos e ouça a minha leitura para você:

Era uma vez um pássaro. Adornado com um par de asas perfeitas e plumas reluzentes, coloridas e maravilhosas. Enfim, um animal feito para voar livre e solto no céu, e alegrar quem o observasse.

Um dia, uma mulher viu o pássaro e apaixonou-se por ele. Ficou a olhar o seu voo com a boca aberta de espanto, o coração batendo mais rapidamente, os olhos brilhando de emoção. Convidou-o para voar com ela, e os dois viajaram pelo céu em completa harmonia. Ela admirava, venerava, celebrava o pássaro.

Mas então pensou: talvez ele queira conhecer algumas montanhas distantes! E a mulher sentiu medo. Medo de nunca mais sentir aquilo com outro pássaro. E sentiu inveja, inveja da capacidade de voar do pássaro.

E sentiu-se sozinha.

E pensou: “Vou montar uma armadilha. Da próxima vez que o pássaro surgir, ele não partirá mais”.

O pássaro que também estava apaixonado, voltou no dia seguinte, caiu na armadilha, e foi preso na gaiola.

Todos os dias ela olhava o pássaro. Ali estava o objecto da sua paixão, e ela mostrava-o às suas amigas, que comentavam: “Mas tu és uma pessoa que tem tudo”. Entretanto, uma estranha transformação começou a processar-se: como tinha o pássaro, e já não precisava de o conquistar, foi perdendo o interesse. O pássaro, sem poder voar e exprimir o sentido da sua vida, foi definhando, perdendo o brilho, ficou feio – e a mulher já não lhe prestava atenção, apenas prestava atenção à maneira como o alimentava e como cuidava da sua gaiola.

Um belo dia, o pássaro morreu. Ela ficou profundamente triste, e passava a vida a pensar nele. Mas não se lembrava da gaiola, recordava apenas o dia em que o vira pela primeira vez, voando contente entre as nuvens.

Se ela se observasse a si mesma, descobriria que aquilo que a emocionava tanto no pássaro era a sua liberdade, a energia das asas em movimento, não o seu corpo físico.

Sem o pássaro, a sua vida também perdeu sentido, e a morte veio bater à sua porta. “Por que vieste?” perguntou à morte.

“Para que possas voar de novo com ele nos céus” respondeu a morte. “Se o tivesse deixado partir e voltar sempre, você o amaria e o admiraria ainda mais; porém agora você precisa de mim para poder encontrá-lo de novo.

* (não conhecemos a autoria, mas provavelmente Paulo Coelho)

Pequerrucha, nós não a prenderemos. É livre para voar e seguir o caminho traçado por sua alma.

No entanto, permita-nos estar sempre em sua companhia. Somos sua família e a amamos eternamente.

Voa, passarinha, voa! E traga notícias dos céus que visitar.

Beijos, carinhos e afagos…

Sua mamãe, papai e irmão amam você (“amam você” foi seu irmão que escreveu!)

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10 de setembro de 2015

Um mês…

 

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Boa tarde, querida passarinha!!!

Hoje o dia está cinzento e introspectivo. Assim como o coração da mamãe.

Eu poderia descrever como tudo aconteceu há um mês atrás, mas não quero. E até me pergunto se vale à pena. Por enquanto prefiro falar a você, pequerrucha. Relembrar bons momentos, contar as novidades aqui de casa e falar como estamos vivenciando a sua partida.

Todas as orquídeas floresceram enquanto estávamos no Hospital. Eu intuía que isso ocorreria no seu nascimento… E assim foi. Quero que receba essa lembrança do nosso jardim. A árvore que abençoa diariamente o nosso lar com sua energia de força e de vida.

Ontem achei perfeita a mensagem que lemos no Evangelho. Passei o dia me questionando por quê tudo isso aconteceu conosco.

E o Plano Espiritual mais uma vez me amparou, dizendo-me que tudo está certo. Que não tenho condições de julgar o que é um acontecimento bom ou ruim. Que apenas saberei disso numa visão “macro”, o que não é possível agora.

Por isso filhota, embora haja momentos difíceis para mim e para o seu pai, assim como para o seu irmão, nós os superaremos. Temos uma rede de apoio incrivelmente sintonizada com aquilo que mais necessitamos receber.

Nesse “mesversário”, não há comemoração. Mas há celebração. A celebração do amor verdadeiro… Aquele capaz de transpor qualquer barreira para manterem conectados aqueles que se amam tão intensamente.

Nós te amamos, Helena. Nós aceitamos, de coração, a sua chegada e partida.

Somos a sua família por toda a eternidade.

Fique bem e em paz!

Sua mamãe, papai e irmão.

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9 de setembro de 2015

Lembranças

Boa noite, querida passarinha!

Olha a primeira foto que tirei de nós duas:


Foi depois da nossa caminhada matinal e pronta para mais um dia de trabalho.

Nesse dia, caiu a minha ficha do quanto estava apaixonada por você, por mim, por nossa gestação… 

Veja que barriga linda!

Foi um momento inesquecível, para ficar eternamente na memória e no coração.

Te amo, te amo, te amo.

Durma bem!

Sua mamãe

8 de setembro de 2015

Puerpério

Aqui também é um espaço de desabafos, e preciso disso para organizar algumas questões dentro de mim.

Como está difícil enfrentar o puerpério sem bebê.

Parece que todos os sintomas são potencializados porque não tenho minha filha para cuidar. Tudo parece bizarro: sangramento, barriga inchada, irritabilidade, pausa na vida sexual, impossibilidade de fazer exercícios ou dirigir.

Na gestação do Henrique os 40 dias passaram voando. Nem percebi. Agora são uma eternidade. Além disso, vivo todo o vazio da perda, o que tem sido uma longa noite escura. Há um silêncio estranho em meu coração.

Sinto que as pessoas ficam em dúvida se devem se aproximar nesse momento tão delicado. Também estou confusa. Quero ficar sozinha e não quero. Quero trabalhar, mas não quero... Quero fazer as unhas e mudar o corte de cabelo, mas não quero... Quero seguir em frente, mas não quero...

Não desejo encontrar um monte de gente e ter que "fazer o social". Mostrar-me minimamente alegre quando não estou. Ao mesmo tempo, sinto-me triste por estar "isolada". Decidi esperar esses longos quarenta dias terminarem para decidir e fazer algumas coisas.

Espero que seja o tempo necessário. Espero, do fundo do coração, que tenha ânimo e energia para trazer momentos alegres à minha vida o mais breve possível.

Preciso olhar para o alto e manter a esperança aquecendo o meu peito. Mas também permitir que as lágrimas levem para longe a dor pela morte da Helena.

Gratidão aos espíritos de luz que têm me amparado nesse momento tão difícil.

Preciso muito dessa ajuda.




6 de setembro de 2015

O leite

Olá, filhota!

O leite da mamãe secou faz 5 dias. Senti um certo alívio porque era difícil sentir o peito cheio e não poder oferecê-lo carinhosamente a você. 

Sabe, hoje a mamãe está com muitas saudades e também emotiva.

Que tal apenas ouvirmos uma musiquinha?

Gosto muito da "Ciranda da Bailarina". Estava na trilha para o seu parto e planejava cantá-la sempre pra você:


Vai também uma foto para recordarmos um dos nossos bons e ternos momentos em família:


Te amamos infinitamente, nossa passarinha.

Beijos e carinhos...

Sua mamãe, papai e irmão.

Saudades e ternura

Boa noite, minha passarinha!

Hoje tivemos consulta com a Viviane... Precisamos de um apoio energético para essa fase que passamos.

Foi bom. Fez bem. Nossa "maga-bruxa-homeopata" nos manterá equilibrados para que possamos vivenciar essa despedida da melhor maneira.

Está tudo ok, dentro do possível.

Aproveitamos para passear no Shopping. Como diz seu pai, fizemos programa de "paulistano".  Seu irmão se divertiu bastante nos fliperamas. Ganhou um monte de "brinquedos tranqueiras". Agora dorme feliz e contente!

Vi muitas princesinhas passeando com suas mães. Deu um aperto no peito, sabe? Mas deixo a dor vir e ir. Com aceitação e amor.

Sabe que te amo, não sabe? Adoro ficar namorando as nossas fotos. Você é linda! Pura luz!

Fique com Deus, pequerrucha!

Estamos sempre conectadas.

Beijos, cheiros e carinhos para você,

Sua mamãe

4 de setembro de 2015

A placenta

Oi, passarinha!

Hoje recebi a visita da Taya, minha querida amiga. Foi tão bom conversar com ela. Melhor ainda fazer alguns planos para o futuro. Logo, logo, algumas coisas boas irão brotar da nossa parceria. Eu estou muito confiante que novos caminhos irão aparecer . Caminhos bonitos. Caminhos cheios de bênçãos. E você estará sempre aqui, em meu coração. Te amo tanto… Você me inspira a ser cada dia melhor e mais conectada com minha essência.

À tarde, havíamos marcado com a Mari (nossa doula) para fazermos o carimbo da placenta.

Querida, foi tão curativo. Tão especial. Tão repleto de energias boas…

Eu não tenho palavras para descrever, mas foi um momento marcante para nós três.

Somos eternamente gratos à Mari por ter se lembrado de pegar a placenta logo após você ter nascido. Com todo o inesperado, ela quase deixou passar (e nós também).

Deus abençoe eternamente a Mari, Dra. Sylvia, Gabi e Ioná por todo carinho e bem que nos fizeram. É o meu mais sincero desejo… Diariamente tenho gratidão por ter encontrado essas mulheres e profissionais tão incríveis para nos assistirem durante e após sua gestação.

Bom… Que tal se deliciar com as fotinhos?

Não sabia que a placenta era tão linda, grande e pesada. O lado que fica preso ao útero é poroso, e o outro é todo lisinho (o que carimbamos). Também vimos um pedacinho da bolsa e percebemos o quanto é resistente.

É um símbolo físico da nossa conexão, minha pequerrucha. Foi através dela que você se alimentou e expeliu aquilo que não mais precisava. É a árvore da vida. A natureza é bela e perfeita.

Fizemos um coração com o cordão umbilical, para expressar todo nosso amor:

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A mamãe pintando as veias principais e o cordão umbilical, imersa em uma energia de amor e conexão com você:

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O seu pai também se conectou, minha querida:

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E o seu irmão:

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Fizemos várias versões, mas a que mais gostamos foi a colorida:

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A Mari nos ajudando:

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Não fica bonito?

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Veja todas , Heleninha… São todas suas:

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Nós te amamos, sempre e infinitamente:

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Fique com Deus, querida. Boa noite!

Sua mamãe, papai e irmão

3 de setembro de 2015

Amor

Boa noite, passarinha!

Hoje a mamãe voltou à terapia.

Eu falei para a Bernardete que, embora goste muito dela, não queria vê-la tão cedo (rsrsrs). Ela entendeu meu desejo. Era para estar imersa na maternagem, nos seus primeiros cuidados, com os horários todos bagunçados... Enfim... 

É triste desconstruir tudo isso, pequerrucha... E lá fui eu para aquela sala tão aconchegante, onde passei toda a sua gestação compartilhando momentos e aprendendo. Deu saudades daquele tempo tão próximo em que ainda estava comigo, remexendo-se toda dentro barriga.

Mas preciso me manter na cura, minha querida. Deixá-la ir aos poucos e manter comigo apenas o que é possível.

Seu irmão sempre fala de você. Hoje disse que Deus deveria ressuscitá-la. Mas não fala com dor, sabe? Acredito até que já está começando a processar tudo de forma mais leve. Espero que sim. De qualquer maneira, eu e seu pai cuidaremos para que ele fique bem.

Disse para o Henrique que escrevo todos os dias para você, mas ele não acredita que consiga ler já que está no céu. Coisas de criança. Vamos ver se consigo que ele escreva uma cartinha. Tudo a seu tempo.

No final da sessão de hoje, a Bernardete me pediu que tirasse uma lâmina do "baralho das crianças". Eu não o conhecia. Pensei fortemente em você (o que não é difícil) e fiquei muito feliz com a sua mensagem:


Eu entendi o que quer dizer, filhota: para nós três ficarmos bem, pois está conosco sempre. Basta fecharmos os olhos para que possamos senti-la amorosamente através dos nossos corações.

Você é a estrela mais brilhante do nosso céu, Helena. E veio nos ensinar sobre amor, desapego, fé, entrega e aceitação.

Te amamos sempre e infinitamente.

Sua mamãe, papai e irmão



2 de setembro de 2015

Abrindo-me à solidariedade


passaros-frase
Filhota, continuo com saudades infinitas de você.
Ontem senti um sopro de luz em meu coração. De alguma forma, percebi que devo me manter firme em direção à cura dessa dor.
Já agendei novas sessões de terapia com a Bernardete. Sinto receio das minhas recaídas, sabe? Como já lhe contei, em alguns momentos o vazio aparece avassalador em meu peito. E então eu tenho vontade de voltar para o útero da minha mãe… Nunca vivenciei sentimentos assim, tão difíceis de experienciar e verbalizar.
Antes da sua gestação, já utilizava as mandalas como ferramentas de cura. Na tarde de ontem, resolvi mandalar e recebi vários insights.
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Um deles foi o de me abrir à solidariedade. É que as pessoas também se entristeceram muito com a sua partida e não sabem como ajudar.
Embora não exista ajuda possível, não queria que ficassem com receio de se aproximarem.
Decidi que era o momento de tornar pública a sua perda pelo Facebook, já que muitos amigos acompanharam a nossa gestação por lá.
Foi um alívio para mim. Quanto mais pessoas souberem agora, quando o coração ainda sangra abundantemente, mais fácil será depois de me manter na cura. É certo que haverá o momento em que todos terão apenas uma vaga lembrança do que aconteceu e nós ainda estaremos imersos no vazio da sua ausência.
Alterei também a minha foto do perfil e a capa. Afinal, era você quem estava lá… Era difícil recordar a nossa feliz sessão de fotos naquela tarde de Sábado.
Esse foi o recadinho para todos:
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Pensei em suspender meu perfil por um tempo, mas estou com acesso a grupos de apoio à perda gestacional. Eu realmente “abuso” das redes sociais para acessar informações que enriqueçam meu espírito. Sabe disso, não sabe?
Está orgulhosa da mamãe, minha estrelinha? Você me ensinou sobre a entrega e a aceitação. A verdadeira faceta do amor.
Farei de tudo para me manter “ereta” e com o coração cheio de fé e esperança, mesmo que esse seja o momento mais difícil que já passei na vida.
Por você, por mim, por toda a nossa família.
Te amo infinitamente,
Sua mamãe.