31 de outubro de 2015

Chocolate

Oi, minha querida!

Mamãe está com muitas saudades.

Eu te amo tanto, tanto...

Lembra quando comíamos nosso "BIS" escondidinhas na volta do trabalho?

Ríamos juntas dessa pequena travessura... Chocolate antes do jantar não era coisa pra mamãe ensinar, não é verdade?

Mas eu achava engraçado e sinto que também se divertia com isso.

Você tem gostinho de "BIS XTRA", passarinha!

E é bom relembrar e reviver esses momentos. 

Um brinde ao que vivemos juntas!

Com muito amor,

Sua mamãe

30 de outubro de 2015

O corpo de uma mãe do silêncio

Os últimos dias foram de angústia.

É estranho porque não consigo pensar exatamente em algo que possa ter iniciado sentimentos tão sombrios. Talvez o relato do meu parto tenha mexido comigo de uma maneira que não imaginei. Talvez a carga hormonal pela menstruação que veio tenha potencializado o meu luto. Provavelmente os dois...

No entanto, se escrevo agora é porque já saí do túnel e respiro de forma mais suave.

Para minhas irmãs de alma que também tiveram filhos do silêncio, quero dizer que me solidarizo com a difícil recuperação do seu corpo.

Somos aquelas que não conseguimos abstrair a difícil realidade dos nossos bebês sem vida. Ela está marcada no corpo cicatrizado, nas dores de sua recuperação, na linha negra do abdômen, no seio que verte leite...

Sentimos a tristeza por tudo isso ser em vão.

Não nos importaríamos com a flacidez e inchaço do nosso ventre, se nossos filhos estivessem nos braços.

Não nos importaríamos de nos sentirmos sem a beleza de antes, com nossos bebês requerendo cuidados.

Simplesmente não nos importaríamos...

Mas aqui estamos, na difícil luta diária da recuperação por um parto ou cirurgia que não teve o significado que desejávamos. E na difícil arte de conviver com a dor emocional materializada de maneira tão fiel em nosso corpo.

Jamais tinha me deparado com essa dor. E agora sou a própria experiência dela.

27 de outubro de 2015

Nego submeter-me ao medo, 
Que tira a alegria de minha liberdade, 
Que não me deixa arriscar nada, 
Que me torna pequeno e mesquinho, 
Que me amarra, 
Que não me deixa ser direto e franco, 
Que me persegue,
Que ocupa negativamente a minha imaginação, 
Que sempre pinta visões sombrias.
No entanto, não quero levantar barricadas por medo do medo. 
Eu quero viver, não quero encerrar-me. 
Não quero ser amigável por medo de ser sincero.
Quero pisar firme porque estou seguro.
E não porque encobri meu medo.
E quando me calo, quero fazê-lo por amor. 
E não por temer as consequências de minhas palavras. 
Não quero acreditar em algo só por medo de acreditar. 
Não quero filosofar por medo de que algo possa atingir-me de perto.
Não quero dobrar-me só porque tenho medo de não ser amável. 
Não quero impor algo aos outros, pelo medo de que possam impor algo a mim. 
Por medo de errar não quero tornar-me inativo. 
Não quero fugir de volta para o velho, o inaceitável, por medo de não me sentir seguro no novo.
Não quero fazer-me de importante porque tenho medo de que senão poderia ser ignorado. 
Por convicção e amor quero fazer o que faço e deixar de fazer o que deixo de fazer.
Do medo quero arrancar o domínio e dá-lo ao amor.
E quero crer no reino que existe em mim.

Rudolf Steiner

26 de outubro de 2015

Mensagem - vovó Mônica

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"Que a minha querida netinha Helena, 
seja a junção de todas as bençãos do universo,
 e que Cristo seja o seu mestre!!!"
Vovó Mônica 

Chá de bênçãos da Helena - 18/07/2015

25 de outubro de 2015

Aconteceu assim...

No dia 23/10, publiquei o relato do que aconteceu com a Helena e como enfrentamos tudo (leia aqui).

Foi muito difícil relembrar. Parece que senti cada momento com a mesma intensidade.

Uma das lacunas que ficou dentro de mim foi a interrupção do parto. Uma sensação de não ter conseguido terminar algo que já havia começado. Claro que foram por circunstâncias fora do meu controle, mas ficou esse buraco dentro de mim.

Após finalizar todo o meu relato, na mesma noite eu sonhei... Sonhei com o meu parto. Eu consegui trazer ao mundo o corpinho sem vida da Helena.

Foi tranqüilo e pleno. Não havia tristeza. Apenas o nascimento daquela que amo infinitamente, e o desejo de sentir a sua pele e ver cada detalhe do seu lindo corpo.

Depois que meu irmão caçula morreu, sofri por não ter a possibilidade de me despedir e dizer o quanto o amava. Fui agraciada com um sonho vívido em que fazia isso.

Para mim, ambos os sonhos não aconteceram por acaso.

Foi a possibilidade de vivenciar aquilo que, embora não me tenha sido concedido fisicamente, assim o foi espiritualmente.

Agradeço a Deus por me presentear com a despedida tão desejada da minha querida filha.

24 de outubro de 2015

Caminhos que inspiram

Uma das recompensas ao escrever no blog é fazer novas amizades e me beneficiar delas.

Meu anjo da guarda continua fazendo um lindo trabalho, possibilitando-me entrar em contato com pessoas de "alma larga". É dessas que eu gosto na minha vida, porque recebo muitos aprendizados.

Sandryne mora em Recife e é mãe do "bebê lindo".

Uma guerreira cheia de amor e de fé.

Em nossa troca de emails, ela me agraciou com um pensamento que trouxe nova luz ao meu processo de luto.

Também compartilha sua experiência nos blogs:


San, gratidão por aparecer em minha vida!


23 de outubro de 2015

Irmão

Riquito sente muito a morte da nossa passarinha.

Ontem, na pequena comemoração pelo aniversário de casamento, ele associou o nome do vinho ao da irmã (Santa Helena). Disse que nem queria pensar nisso. 

Dói porque participou e curtiu bastante toda a gestação.

Foi o primeiro a quem contamos sobre a gravidez. Estava presente no ultrassom para descobrir o sexo do bebê, e também acompanhou algumas consultas e encontros de gestantes.

Filho, eu te amo muito. Você é forte e irá superar tudo ao nosso lado.

Abaixo, a imagem do que está escrito em seu diário quando soube com detalhes (somente aqueles capazes de serem absorvidos por uma criança) o que aconteceu:


18/08/2015

Hdm

Descobri porque a Helena morreu.
Porque ela deu um nó no cordão. 
Assim ... então eu fiquei triste mas ela está no meu coração.

22 de outubro de 2015

Bodas de Estanho ou Zinco

Olá passarinha!

Hoje eu e seu pai completamos dez anos de casados.

Tínhamos nos preparado para uma comemoração com fraldas e noite mal dormida, mas também muito feliz por tê-la conosco. A família completa. Nós quatro seríamos suficientes para a celebração desse amor.

Não é como imaginávamos. No entanto, em alguns aspectos eu entendo que estamos mais felizes, apesar da dor.

Sua partida nos uniu lindamente, querida filha. E o nó que a levou prendeu para sempre nossas almas.

Obrigada pelo presente mais valioso que eu e seu pai pudemos receber: o amor, renovado, um do outro.

Beijos da sua mamãe, papai e irmão

21 de outubro de 2015

Mandala - Útero Ferido

Fiz essa mandala entre os dias 14 e 19/10. Foram esses os insights que recebi ao desenhá-la e pintá-la:

Chorar é necessário
ficar triste é necessário
não há espaço para a culpa
ao viver o processo de luto


Meu útero me fez
encontrar o amor
ainda que nele houvesse dor


Procurar um nascimento com
respeito não é um ato de vaidade
e sim de amor e doação de si mesma
De valorização da vida


É preciso transmutar a dor
em amor


Consigo sentir o cabelo salgado
da Helena em meus lábios
Meu beijo de amor


Eu amo o meu corpo


Sou um canal de manifestação
da energia divina


Eu te amo Helena


A ferida ainda verte sangue


União de almas


20 de outubro de 2015

Tenho a sensação de que foi em outra vida
que pensei jamais poder alcançar 
a dor de quem perdeu um filho...

Então, desperto na minha realidade
 e mal consigo acreditar que 
esteja mergulhada nesse vazio


19 de outubro de 2015

Mensagem - tia Natalha

Olá, passarinha!

Você recebeu muitas mensagens das pessoas que te amam, nos dois "Chás de Bênçãos" que realizamos.

Eu as leria assim que estivesse maior e pudesse compreender.

Enviarei todas por aqui... 

A primeira é da titia Natalha, que agora espera sua priminha Sophie.

Te amo hoje e para sempre,

Sua mamãe

"Difícil dizer, escrever,  pensar em algo para dizer para alguém que ainda nem conhecemos, mas que decerto já é amada por nós!  Hoje, de onde vc está, provavelmente está se preparando para a grande jornada, o difícil processo do renascimento. Sabemos que nascer e morrer são duas coisas que só sabemos quando passamos, e se é bom ou ruim, não sabemos, porque Deus em sua misericórdia nos faz esquecer....

Mas para um bebê, sair de dentro do quentinho, do seio que lhe proporciona conforto e segurança é um desafio.... ser trazida a Terra, e daí em diante iniciar , aliás, reiniciar o processo de evolução decerto não é fácil.  Todos nós aqui sabemos, o quanto viver é um desafio..... com dificuldades e alegrias se alternando como em uma roda gigante, nos leva ao que nos propomos em algum momento a evolução. 

Você Helena se propôs a retornar a este processo, e nós estamos aqui para celebrar isso. Derramar em você uma chuva de bênçãos,  de amor e carinho, para que mesmo quando, a vida se fizer difícil, Deus possa te abençoar cada dia mais.

Sabemos, já há algum tempo,  que espíritos mais evoluídos estão retornando a Terra, por isso, não podemos prometer que iremos lhe ajudar...auxiliar, pois talvez seja você a luz que trará a Terra, e aos seus, ajuda e auxílio.... Não sabemos.... Não sabemos....

Mas de uma coisa sabemos..... esta família foi escolhida por você,  para que junto dela vocês possam construir uma história de amor, ou melhor, reconstruir, pois os laços de amor de hoje, são os laços de outrora, que só retornam, para unificar e abençoar cada espírito que busca a evolução. 

Que Deus seja sempre a luz do seu caminho, seus pais o porto seguro, o auxilio, seu irmão o exemplo e o companheiro de vida, pois assim, todos serão mais fortes e seguros para essa aventura que é viver aqui na Terra.

Venha Helena, na sua hora, no momento certo, estamos aguardando sua chegada com ansiedade e muitas, mas muitas bênçãos a você.

Beijo carinhoso de nós e da titia aqui que já é coruja!!!

Até breve!!!!"


Chá de Bênçãos da Helena - 04/07/2015

18 de outubro de 2015

Filme - "Livre"

Pergunte sempre se esse
Caminho tem um coração
Carlos Castañeda

Caminhante, não há caminho
O caminho se faz ao caminhar
Antônio Machado


Procurando um filme na locadora, escolhi “Livre” (leia a resenha AQUI) para assistir sozinha. Ele é baseado em um livro autobiográfico.

Tratou-se de uma sincronicidade, pois não fazia ideia de que ele abordava o processo de luto. No estilo de “Na Natureza Selvagem”, eu me encantei com o caminho percorrido por Cheryl: aquele para dentro de si mesma. Eu me senti inspirada com seus insights.

Tenho vontade de fazer algo assim... Uma peregrinação...  Já pensei no Caminho de Santiago e também Glastonbury. Quem sabe um dia?

No site do Instituto FAO, no mesmo dia em que aluguei o DVD, li o seguinte trecho de uma entrevista com  a Dra. Míria de Amorim (leia AQUI), o qual me fez refletir e consolidou a importância desse filme ter parado em minhas mãos num momento tão oportuno:

“Vejo a vida como um grande caminho de Santiago: você passa por tudo, desde situações de deslumbramento até de um imenso vazio. Estamos todos seguindo para nossa catedral interior, a nossa Compostela. A questão é: a certeza da chegada, a coragem de ser você mesmo, o cuidado com os desvios, estar atento aos sinais, e fazer escolhas que levem na direção de quem você é. Uma catedral de luz.”

Enquanto não me é possível fazer uma peregrinação em algum local sagrado, ou alguma trilha especial, faço-a dentro de mim.

No filme, Cheryl se perde no processo de luto. Lembrei do quanto a dor pode ser dilacerante, deixando-nos tão próximos da loucura. Do quanto é difícil assimilar o “nunca-mais-verei-esse-que-amo”. Ao menos nessa vida. Ao menos como desejo.

Afinal, não perdi apenas a Helena de forma tão inesperada. Meu irmão caçula, um pouco também meu filho, morreu há dois anos e meio. A mãe do meu marido (ela não gostava de ser chamada de sogra!) se foi há apenas 1 ano e meio. Esse sentimento me é familiar.

Vivenciar o processo de luto é essencial, saudável e absolutamente necessário. Do contrário, uma tsunami de sentimentos nos arrancará do centro de nós mesmos.

É por isso que eu continuo aqui. Escrevendo não sei por quê e nem para quem. Mas de alguma maneira colocando pra fora aquilo que sinto desejar me engolir.

 wild.NEF

“Depois de me perder no deserto do meu luto 
eu encontrei minha forma de sair da floresta.”

Cheryl  Straved

17 de outubro de 2015

Lição de Helena: Olhar para dentro

Essa música (É O Que Me Interessa - Lenine) me toca profundamente. Quando ouço, minha alma dança a cada palavra e nota musical:

"A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem
Quem vai virar o jogo e transformar a perda
em nossa recompensa"

Tal verso me convocou a olhar para dentro. Ressignificar a vida. Ouvir o coração. Sentir o caminho que meus pés desejam caminhar.

As dores da alma servem para isso: entrar em contato com nosso interior. 

Helena ensina a olhar para dentro. Conectar com meus desejos, separando o joio do trigo.

Respire fundo e também se deixe embalar por essa linda canção, que tem me servido de motivação diária:

É O Que Me Interessa

Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem
Quem vai virar o jogo e transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado só de quem me interessa

Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Me traz o seu sossego, atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurre em meu ouvido
Só o que me interessa

A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa



15 de outubro de 2015

Gopala

Oi passarinha!

Lembra desse mantra que cantava para você?

A primeira vez o que ouvimos foi em uma consulta com a Bernardete. Senti seu calor em meu útero, ainda que estivéssemos apenas no início da gestação. Foi lindo e mágico!



Apenas agora conheci seu real significado:
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Propósito: Despertar a energia amorosa entre pais e filhos. Embora a tradução deste texto seja literalmente “Gopala, filho de Devaki,” ele celebra o laço universal entre pais e filhos.

Mitologia: Gopala Krishna era uma criança brincalhona que adorava comer a manteiga que sua mãe, Devaki, preparava. Gopala era Vishnu, o Senhor do Infinito, encarnado como um pequeno e amável menino, com uma aparentemente infinita atração por brincadeiras... e manteiga. Uma vez, quando Devaki tinha preparado muita manteiga, ela advertiu Gopala para não come-la. Mas, enquanto ela estava fora, Gopala comeu tudo. Quando Devaki voltou, ela encontrou uma criança engordurada e adormecida, com um fio de manteiga a escorrer pelas bochechas. Devaki inchou de raiva, e começou a abrir a boca do menino. Mas Gopala não estava dormindo. Quando sua mãe olhou em sua boca, Ele revelou sua forma divina. O que ela viu dentro de sua boca foram sistemas solares do espaço longínquo, e galáxias nascendo e morrendo acima da infinidade do tempo. Com a cabeça girando, Devaki caiu de costas quando Gopala abriu sua boca em um sorriso, novamente como apenas um menino.

Comentário: Quando nós vemos a santidade de nossas crianças, nós nos tornamos pais divinos e nossa negatividade e impaciência são substituídas por uma perspectiva cósmica.
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Tenho certeza que nossa conexão foi especial. 

Sinto gratidão pelo amor que despertou em mim, no seu pai e no seu irmão. Muito amor, querida... Imenso amor...

A tristeza é por nossos braços vazios de você.


"O amor vai permanecer, mesmo que as palavras sejam esquecidas, 
que a presença não seja constante e que os caminhos sejam diferentes."

(Caio Fernando Abreu)

14 de outubro de 2015

Poema sem fim

Deixo-me embalar nessa dança

A dança da fria cria…

Aquela que ficou mas não está


Deixo-me embalar, sem resistir

para que não seja sugada por esse amor 

e eu não me perca de mim


É triste, de fato,

que pouco seja compreendida em meus passos

E tenha que seguir sozinha

nesse caminho de vácuo


Necessito poder ficar triste,

sentir saudades,

acolher a dor do meu filho e marido

sem dedos em riste…


Peço autorização para minhas lágrimas 

Lembrando-me daquela que gerei com tanto amor

e não pude conhecer seu olhar, sorriso, choro

acarinhar, sentir o calor

(...)


O poema não terminaria dessa forma... 

A gestação de Helena não terminaria com ela sem vida...

É possível beleza naquilo que foi subitamente interrompido?

... Sim!

13 de outubro de 2015

A rosa e as estrelas

" - Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla.  Ele pensa: 'Minha flor está lá, nalgum lugar...' Mas se o carneiro come a flor, é para ele, bruscamente, como se todas as estrelas se apagassem!" (...)

"(...) Eu não sabia o que dizer. Sentia-me desajeitado. Não sabia como atingi-lo, onde encontrá-lo... É tão misterioso, o país das lágrimas!"

O Pequeno Príncipe

Sim... É infinitamente misterioso o país das lágrimas quando ocorre de todas as estrelas do céu se apagarem.

PS: Cynthia, obrigada pelo carinho e por estar conosco! Embora não exista consolo, o acolhimento da nossa dor é sempre um bálsamo para o coração! Gratidão! 


7 de outubro de 2015

Lições de Helena

Há algum tempo desejo falar sobre as lições que minha passarinha deixou.

Na verdade, ela continua a me ensinar. Não há um só dia em que eu não aprenda sobre tudo o que passamos juntas e sobre como partiu.

Foram tantos encontros com pessoas de alma bonita desde a sua gestação... Foram tantos encontros comigo mesma, com meu marido e também com meu filho.

Ela me enriquece muito, pois transformou meu olhar diante da vida.

As lições não serão colocadas em ordem de importância. Quero falar de todas, aleatoriamente, conforme os dias forem me convidando a refletir e vivenciar cada experiência tocada pela luz de Helena.

Às vezes me surpreendo falando com ela, sozinha no carro. É estranho como essa conexão continua tão viva dentro de mim. Será que não a estou "deixando ir"? Ou será que estou apenas cumprindo a minha missão materna de fazê-la se sentir amada, sempre e sempre?

O amor nutre, abrilhanta e engrandece o espírito de quem doa e o recebe.

A voz do meu coração diz que Helena merece muito AMOR.

6 de outubro de 2015

Caminhando

Oi, passarinha!

Que saudades de você... 

Ontem eu voltei a trabalhar. E hoje, pela manhã, caminhei no percurso que fazíamos juntas.

Tudo isso ativou lembranças, mas também senti conforto. Um conforto que veio do calor do sol em meu peito, do vento gelado em meu rosto, do balançar das árvores nas ruas e da dança dos pássaros no céu.

Espatódea em flor
fez  lembrar do amor


Que por ti cultivei, 
desde quando em meu ventre foi concebida


 A árvore de esquina, cujas folhas abençoavam nossos passos,
por mãos estranhas foi podada...


Então, triste fiquei por não ter você e nem a grande sombra
que nos acalentava


Espatódea sem flor, despertou dentro de mim 
a lembrança de que um dia tudo fenece


Para renascer depois em forma exuberante
 e cor ainda mais alegre


Acompanhada da sua ausência, 
percorri caminhos cobertos pelo tapete divino...


Envolvida assim em nosso amor infinito, 
com minha sombra projetada suave e terna no chão,



Finalmente recordei:
"Onde vive a Helena não tem escuridão!"


Gostou das fotos?

Os versos são desajeitados, mas têm muito coração!

Depois de me conectar comigo mesma e com toda essa energia de amor, ganhei uma lambida alegre de um cachorro que passava pela rua. Isso nunca tinha acontecido e achei muito engraçado! Provavelmente ele quis me confortar nesse momento especial.

Assim foi, minha querida... Precisava dividir essa experiência com você.

Receba todo meu carinho.

Beijos da sua mamãe

5 de outubro de 2015

Meditando - gritar e uivar


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Houve uma questão muito importante na meditação dos 7 chackras...

No momento em que me conectei ao útero, e senti sua energia de dor, vazio e tristeza, comecei a tossir. Muito...

Então eu lembrei que embora a Bernardete, minha terapeuta, recomendasse gritar a perda da Helena, eu ainda não havia feito isso. A energia estava presa. E ela queria sair.

A Jaqueline reforçou a urgência de eu colocá-la para fora... Então, no dia seguinte, quando o Lê saiu para buscar o Henrique na escola, aconteceu...

Eu pari a minha dor.

E foi no quarto já desmontado da Helena que eu gritei, como uma mãe deve gritar a morte da filha. E eu uivei como uma loba deve uivar pela morte do seu filhote. A dor que eu ouvi está gravada em todas as células do meu corpo. E eu jamais esquecerei.

Houve lágrimas... E despedida...

Antes eu havia pensado que era tudo exagero... Que eu não precisava gritar... 

Mas logo refleti que, se os bichos sofrem pelos seus filhotes e têm seus próprios rituais de despedida, por quê eu não teria esse direito?

No final das contas, além do imenso amor por minha querida filha, há também:

1) A necessidade de enterrá-la (mas isso eu não pude fazer):

- Cadela enterra seu filhote morto


- Mamãe gata enterra seu filhote


2) O processo de negação da sua morte  e a dificuldade da separação (certamente eu passaria dias com ela ao meu lado):

- Mamãe golfinho com seu filhote morto


- Cadela toma conta de filhote morto durante 3 dias


- Mãe chimpanzé "chora" a morte do filhote e vela seu corpo


4) O desespero pela impotência de não conseguir salvá-la (ah, se eu pudesse desfazer aquele nó...):

- Cadela tenta salvar seu filhote


- Cadela tenta ressuscitar o filhote


Esses videos me ajudaram a compreender que está tudo certo com os meus sentimentos... Que sou apenas mais uma mãe que perdeu a cria e vive o seu processo de luto.

E toda vez que sinto aquele vazio, tão gelado e familiar, lembro-me da voz da minha obstetra sussurrando, a cada contração: "vai passar, vai passar... só mais um minutinho... vai passar..."

PS: Depois de dar vazão à minha dor, foi necessária uma limpeza e reenergização do lar.

2 de outubro de 2015

Meditando



Ontem participei de uma meditação dos 7 chackras na Casa Odara, aqui em Atibaia.

Meus amigos invisíveis trabalharam para que eu fosse justamente na meditação do chackra umbilical "- responsável pela energia do sistema reprodutor - rege as gônadas - um chakra muito ligado ao plano físico e alimenta energeticamente nosso corpo emocional - sentimentos" (facilitadora: Jaqueline Ortiz Guerreiro).

Eu me liguei com essa área energética e senti meu útero triste. Senti o seu vazio. Senti a dolorosa recuperação pela qual tem passado, diante do grande esforço em trazer a Helena para o mundo ainda que morta.

Conectei-me à minha bexiga, que também se doou nesse processo, e se machucou, e se entristeceu...

E então, eu os amei profundamente. Tive gratidão por tudo o que fizeram por mim e Helena, e mentalizei sua recuperação. Além disso, perdoei achar a minha barriga feia agora, quando o que importa é o quanto ela exigiu de si para abrigar o outro ser mais precioso da minha vida.

Em tempo, digo que risquei a palavra coincidência do meu vocabulário. Finalmente reconheci o quanto estou amparada por meus amigos espirituais.

Não os vejo e nem os ouço, mas sempre encontram uma maneira de dizer qual caminho devo seguir e colocar as pessoas certas em minha vida.

Gratidão aos meus amigos! Gratidão pelo amor infinito que recebo dos céus.

Carol