18 de outubro de 2015

Filme - "Livre"

Pergunte sempre se esse
Caminho tem um coração
Carlos Castañeda

Caminhante, não há caminho
O caminho se faz ao caminhar
Antônio Machado


Procurando um filme na locadora, escolhi “Livre” (leia a resenha AQUI) para assistir sozinha. Ele é baseado em um livro autobiográfico.

Tratou-se de uma sincronicidade, pois não fazia ideia de que ele abordava o processo de luto. No estilo de “Na Natureza Selvagem”, eu me encantei com o caminho percorrido por Cheryl: aquele para dentro de si mesma. Eu me senti inspirada com seus insights.

Tenho vontade de fazer algo assim... Uma peregrinação...  Já pensei no Caminho de Santiago e também Glastonbury. Quem sabe um dia?

No site do Instituto FAO, no mesmo dia em que aluguei o DVD, li o seguinte trecho de uma entrevista com  a Dra. Míria de Amorim (leia AQUI), o qual me fez refletir e consolidou a importância desse filme ter parado em minhas mãos num momento tão oportuno:

“Vejo a vida como um grande caminho de Santiago: você passa por tudo, desde situações de deslumbramento até de um imenso vazio. Estamos todos seguindo para nossa catedral interior, a nossa Compostela. A questão é: a certeza da chegada, a coragem de ser você mesmo, o cuidado com os desvios, estar atento aos sinais, e fazer escolhas que levem na direção de quem você é. Uma catedral de luz.”

Enquanto não me é possível fazer uma peregrinação em algum local sagrado, ou alguma trilha especial, faço-a dentro de mim.

No filme, Cheryl se perde no processo de luto. Lembrei do quanto a dor pode ser dilacerante, deixando-nos tão próximos da loucura. Do quanto é difícil assimilar o “nunca-mais-verei-esse-que-amo”. Ao menos nessa vida. Ao menos como desejo.

Afinal, não perdi apenas a Helena de forma tão inesperada. Meu irmão caçula, um pouco também meu filho, morreu há dois anos e meio. A mãe do meu marido (ela não gostava de ser chamada de sogra!) se foi há apenas 1 ano e meio. Esse sentimento me é familiar.

Vivenciar o processo de luto é essencial, saudável e absolutamente necessário. Do contrário, uma tsunami de sentimentos nos arrancará do centro de nós mesmos.

É por isso que eu continuo aqui. Escrevendo não sei por quê e nem para quem. Mas de alguma maneira colocando pra fora aquilo que sinto desejar me engolir.

 wild.NEF

“Depois de me perder no deserto do meu luto 
eu encontrei minha forma de sair da floresta.”

Cheryl  Straved

2 comentários:

  1. Carol, Na Natureza Selvagem tem a trilha sonora do Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam, minha banda do coração da qual sou fã há quase 20 anos. Eu conheci meu marido na turnê da banda em 2011 e eles são muito especiais e terapêuticos pra mim. Um xero

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    1. Na Natureza Selvagem tem uma trilha sonora linda mesmo, San! E as paisagens são muito mais belas que o filme "Livre". No entanto, achei esse último mais cheio de significados para o momento que vivo. Acho o máximo sua devoção pela banda! Curto bastante também, mas não com a sua visceralidade ;) Grande beijo!

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