30 de março de 2016

O nó

Veja que curioso: na primeira conversa com a doula que, por fim, contratamos para nos acompanhar no parto (Mariana Prata), ela nos mostrou o vídeo de um nó verdadeiro de cordão em que a criança nasceu super bem, sem qualquer problema...

Nesse vídeo (que infelizmente não conseguimos resgatar para colocar aqui) a enfermeira obstetra fazia com que o nó corresse no cordão. Ou seja: isso demonstrava que o fato de haver o nó não significava qualquer problema para o bebê ou o parto. Afinal, ele tem uma constituição própria e muito especial para evitar "acidentes" que interrompam o seu fluxo sanguíneo.

O processo evolutivo da nossa espécie possibilitou que tudo seja da maneira mais segura para a mãe e seu bebê (https://pt.wikipedia.org/wiki/Geleia_de_Wharton).

Só que, obviamente, para toda regra há exceção.

Como menciona a obstetriz Ana Cristina Duarte em um artigo incrível que postarei logo a seguir, o nó verdadeiro de cordão que leva o bebê a óbito é como uma loteria ao contrário. 

Nossa Heleninha se foi em virtude de um acidente inesperado.

Embora inicialmente eu tenha ficado indignada, em especial porque estávamos muito bem, obrigada, hoje penso que isso comprova o fato de que ela tinha exatamente esse tempo conosco. Helena precisava partir às 39 semanas de gestação.

Quero colocar aqui um vídeo recente que achei no Youtube do nascimento de um bebê com esse nó (sem qualquer seqüela respiratória ou neurológica):



Veja só o relato que li na página Origami Mommy, do Facebook:


Esse foi o nó que levou a Helena, simbolizando também o amor que para sempre nos manterá unidos:


Tenho a foto do corpinho dela e seu longo cordão, mas não acho adequado colocá-la aqui.

A causa mortis é "hipóxia fetal", e o bebê fica bastante roxinho pela ausência de oxigênio.

Creio que olhar para esse nó é uma maneira de elaborar melhor a perda da minha filha...

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