23 de fevereiro de 2016

Uma história bela

Ontem tive uma noite insone.

Lua cheia, talvez....

Ela sempre mexe comigo.

A saudade da Helena bateu forte antes de dormir, e decidi que precisava encontrar alguma maneira de aliviá-la. Um ritual que pudesse recorrer ao me sentir assim.

Então coloquei as duas mãos sobre o ventre; depois, uma sobre o ventre e outra no coração. Recordei quando ela estava dentro de mim e do quanto nos amamos durante os nove meses de união.

Inesperadamente, senti uma onda de amor tomar conta da alma. Um calor vindo do útero e do coração me preencheu por inteira. De uma forma que as palavras são incapazes de expressar, acessei o amor da Helena por mim, pelo seu pai, pelo seu irmão.

Lembrei-me do quão linda foi nossa gestação, o trabalho de parto e sua despedida. 

Fiquei feliz por cada segundo que vivemos juntos (nós quatro), por toda a alegria que ela nos trouxe e, principalmente, pelo que nos ensinou (e continua ensinando).

A maior lição da Helena foi mostrar a imensa capacidade que possuímos de amar.

Pela primeira vez eu me dei conta disso... Quantas pessoas conseguem acessar a sua falta de limites no amor? Quantas pessoas podem provar a si mesmas que o seu amor é capaz de transcender qualquer barreira, extrapolar todas as compreensões e provocar, assim, um alargamento da alma?

É difícil explicar, mas hoje eu conheço a minha potência no amor. Assim como a angustiante dor de perder uma filha, essa potência é algo que jamais consegui supor a plenitude.

Quando acessei essa compreensão, comecei a ser grata por nossa história. Comecei a sentir certa felicidade pelo que vivemos e também orgulho de mim. Da minha força, da minha capacidade de amar, do meu desejo em transcender tudo isso.

A história de nós quatro é uma linda história. Uma história tão bela, de uma dor tão majestosa, que só posso sentir gratidão. 

Obrigada, Helena, por me escolher como sua mãe! 

Estaremos todos sempre juntos, unidos em imenso amor.

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