26 de fevereiro de 2016

Adaptação

Depois de seis meses que a passarinha se foi, consigo perceber algumas mudanças em mim...

Sinto-me mais "adaptada" à realidade de ter perdido minha bebê antes do seu nascimento.

Diferentemente dos primeiros dias e meses, já não vejo mais a minha filha em todas as menininhas e bebês que encontro pelo caminho.

Isso era bem difícil no começo. Um gatilho para a dor lancinante que estava presente.

Em contrapartida, pego-me fantasiando como ela seria...

Como estaria em seus seis meses de vida?

Seria chorona ou calma?

Séria ou engraçada?

Esfomeada?

Apaixonada pelo pai e pelo irmão? (algo dentro de mim dizia que ela seria extremamente apaixonada pelos dois)

Qual o som da sua risada?

Como ela choraria?

Seria teimosa? Emburrada? Alegre?

O que a encantaria? Que música a acalmaria nos momentos de cólicas e irritação?

Ganharia peso fácil? Seria forte como o irmão?

Gostaria do sling? De rede? De colo?

São infinitos pontos de interrogação.

Perguntas que jamais terão respostas e, a isso, também precisarei me adaptar.

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