Hoje é meu aniversário, e não consigo pensar em nada relevante para postar...
Meu coração é um paradoxo.
Resolvi, então, transcrever pensamentos soltos que anotei em meu diário ontem à noite:
15/02/2016
"Hoje eu encontrei a Gabi na Casa Mandala e firmamos a nossa parceria.
Mas estava pensando agora...
Queria tanto abrir mão dessa experiência enriquecedora...
Queria tanto pagar o preço de ter uma alma pequena, só pra ter minha filha nos braços...
Minha Helena...
Nossa Helena...
Antes eu sentia que sua morte foi um pesadelo.
Agora tenho a sensação de que o que vivemos foi um sonho.
Que não foi real.
Estou perdendo a recordação dela na minha barriga."
De fato, conforme pedi, o meu corpo aceitou que não está grávido e nem com sua cria nos braços.
Percebi que já não tenho a viva sensação da Helena dentro de mim. Isso é ótimo para o meu luto e recuperação... Mas é o luto do luto...
A experiência de despedir de quem se ama, é uma das mais dolorosas que podemos viver.
No entanto, apesar de tudo, sei que jamais abriria mão de ter a Helena.
Caso me dissessem que eu poderia voltar atrás... Que me dariam outro bebê ao invés dela (acredito firmemente que sua história é a de uma vida de nove meses no ventre da mãe), e que esse bebê teria muito tempo ao meu lado... Ah... Eu não aceitaria.
Então, com o coração cheio de lágrimas, reconheço que não há qualquer opção para mim.
"Se eu pudesse, teria minha filha nos braços... Contudo, jamais abriria mão de gestar a Helena e de estar com ela por 'apenas' nove meses. Eu acolho a alma da minha filha e essa experiência tão única e dolorosa. Eu acolho meus sentimentos e trabalho na sua cura e transmutação. Hoje e para sempre."
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