Depois de seis meses que a passarinha se foi, consigo perceber algumas mudanças em mim...
Sinto-me mais "adaptada" à realidade de ter perdido minha bebê antes do seu nascimento.
Diferentemente dos primeiros dias e meses, já não vejo mais a minha filha em todas as menininhas e bebês que encontro pelo caminho.
Isso era bem difícil no começo. Um gatilho para a dor lancinante que estava presente.
Em contrapartida, pego-me fantasiando como ela seria...
Como estaria em seus seis meses de vida?
Seria chorona ou calma?
Séria ou engraçada?
Esfomeada?
Apaixonada pelo pai e pelo irmão? (algo dentro de mim dizia que ela seria extremamente apaixonada pelos dois)
Qual o som da sua risada?
Como ela choraria?
Seria teimosa? Emburrada? Alegre?
O que a encantaria? Que música a acalmaria nos momentos de cólicas e irritação?
Ganharia peso fácil? Seria forte como o irmão?
Gostaria do sling? De rede? De colo?
São infinitos pontos de interrogação.
Perguntas que jamais terão respostas e, a isso, também precisarei me adaptar.
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