Quando soube que a Helena se foi por um nó verdadeiro de cordão, fiquei confusa e espantada.
Parecia algo tão surreal.
Como assim, um nó? Nunca tinha ouvido falar de um bebê que tenha vindo a óbito por esse motivo.
Mas depois que aconteceu fiquei sabendo de outros casos e, embora não tenha diminuído a tristeza, não me senti mais tão "azarada", se é que posso me referir assim.
Aos poucos fui assimilando que o nó pode ser transformado em algo simbólico, o qual só me resta desatar.
Essa música é uma homenagem à força desatadora dos nós da vida.
Aquela que nos livra daquilo que possa sufocar e impedir o fluxo, o ar, o alimento tão necessário à nossa nutrição. À nutrição da nossa alma.
Desatando, desatando, sigo me libertando da dor que um dia me prendeu.
É o momento de vicejar.
É o momento de vicejar.
Desatador de Nó
Flávia Wenceslau
Eu vim pra quem perdeu as estribeiras
Pois eu sou desatador de nó
Conheço cada palmo da ladeira
Na estrada de quem ficou só
Sou tempo, sou saudade de uma tarde
Eu sou a esperança que restou
E vim pra quem me chamou
De nó, eu sou desatador
Eu sou menino, sou lembrança de criança
No peão que já rodou
Desato nó de vento
E pro nó do teu pensamento
Eu sou desatador
Eu vim pra quem jogou na ribanceira
Toda a mágoa, todo o desamor
Eu vim pra quem me chamou
De nó, eu sou desatador
Eu sou futuro, sou presente
Sei de tudo quanto por aqui passou
Do grão de areia até o infinito
O mais bonito, eu sou o criador
Eu sou bondade, sou vontade de amar
A quem ainda não chegou
Eu vim pra quem me chamou
De nó, eu sou desatador
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